No final do século XIX Ponta Grossa, recebeu várias levas de imigrantes que foram contratados pelo Imperador do Brasil D. Pedro II, para virem trabalhar na produção de alimentos. Estes foram assentados nos principais núcleos coloniais, demarcados longe da cidade. Essa produção era vendida de porta em porta e, muitas vezes, as donas de casa os recebiam de mau humor humilhando aqueles agricultores. Não tardou para que esses imigrantes obtivessem um local onde pudessem vender suas mercadorias.
Para atendê-los a Prefeitura mandou construir um mercado municipal, cuja sede estava localizada na Rua Sete de Setembro esquina com a Rua Marechal Deodoro. Este mercado era formado por quatro casinhas com uma área de aproximadamente 35 metros quadrado coberto, e possuía uma grande mangueira nos fundos. Neste funcionava um açougue de carnes verdes e charqueadas. Nas outras repartições encontravam-se as mercadorias em abundancia como: farinha de milho, feijão, milho em cargueiro, polvilho, ovos empalhados, amendoins, linguiça seca e todos os gêneros alimentícios de maior procura cujos preços da época mais se parece com uma lenda.
Com o crescimento da cidade esse mercado foi demolido, ficando os imigrantes desprovidos de um local. Em 1897, os fazendeiros se uniram e construíram um novo espaço próximo da cadeia pública, cujo terreno havia sido permutado com a Irmandade do Rosário, por volta de 1862, que em troca receberam uma área próxima ao córrego Pilão de Pedra, chamado de Corrientes.
O novo mercado que fora construído teve todas as comodidades, com abundância de água potável com amplos portões de ferro, para entrada e saída de pessoas e mercadorias.
Na gestão do prefeito municipal Capitão José Bonifácio Villela de 1908 – 1912, o governador do Estado do Paraná, necessitava de um terreno no centro da cidade, para a construção de um Grupo Escolar com ensino público. Houve muita discussão e foi levado a Câmara dos Vereadores, mas de nada adiantou sendo que o prefeito mandou demolir o mercado dando lugar ao edifício, onde funciona até hoje o Colégio Estadual “Senador Correia”.
Em 1915, no jornal “O Progresso”, há relatos da demolição do Mercado, alegando que os imigrantes poloneses ficaram sem ter um espaço para vender seus produtos, passando novamente a bater de porta em porta.
Em 1930, os imigrantes passaram a reivindicar um novo mercado, sensibilizando o industrial Graciano Antunes Rodrigues, que apresentou uma proposta com planta para a construção de um novo edifício, em estilo moderno. O projeto ficou engavetado em função da revolução de 1930.
Nos finais dos anos de 1940, o povo ponta-grossense iniciou um movimento em prol da construção de um novo mercado. Nesta ocasião foram criadas as feiras: ao lado da antiga Igreja de São João na Praça Barão de Guaraúna, na Rua Benjamim Constant no São José, Bairro das Órfãs.
Em 1969, na gestão do Prefeito Cyro Martins foi inaugurado o novo Mercado Municipal denominado “José Hoffmann”, sendo construído pela Construtora Pina Imóvel LTDA. Este novo mercado é um ponto de referência e destaca-se na paisagem do centro da cidade até os dias de hoje, porém carece de cuidados quanto a sua estrutura.
Isolde Maria Waldmann.