quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Anita Philipowski

Anita Philipowski nasceu em Ponta Grossa, aos dois dias do mês de agosto de 1886. Filha do casal Maria Branco Philipowski e Carlos Leopoldo Philipowski, pessoas altamente relacionadas na sociedade ponta-grossense da época.
Desde criança, apresentava sensibilidade pela poesia, que podia ser notada através de rabiscos que marcaram sua senda poética. A vida de Anita sempre foi marcada pelo quase isolamento, pois morava em uma chácara distante da cidade, o que dificultava o contato com as pessoas. Nem por isso deixou de fluir seu dom de poesia, pois de seu pai, certamente vieram os primeiros ensinamentos da mais pura linguagem poética, sendo um grande admirador das artes, soube transmitir à sua filha o valor das palavras.
Anita Philipowski foi membro do Centro Cultural Euclides da Cunha, onde marcou presença com belos poemas. A senhorita Anita tinha em seu rol de amizades, personalidades como: Mariana Coelho, Mercedes Seiler, Maria da Luis Seiler, Zaida Zardo, Annete Macedo, Myriam Catta Preta, e que juntas colaboravam de forma assídua com os jornais e revistas literárias, registrando suas passagens poéticas, assimilando a força da literatura no desenvolvimento de uma sociedade. Suas poesias lembram a figura interessante da mulher, mostrando as diferentes fases da vida, da mocidade até a velhice. Uma das preferências de Anita, segundo seus amigos e conhecidos, era escrever os versos com penas de ganso ou de galinha, devido à leveza que proporcionava ao escrever.
Depois de muito colaborar com a literatura ponta-grossense e paranaense, acabou por isolar-se do convívio social, parecendo lamentar a falta de sensibilidade das pessoas para com a nobreza da literatura. Destruiu quase todas suas obras, restando apenas aquelas que os amigos foram presenteados, e das quais destacamos:

"Era um muro todo fechado,
E aqui e ali esborcinado,
De tão antigo que mostrava ser,
E no lanço dessa vedação,
Estendia seus galhos e suas flores
Uma rósea trepadeira

Daquela avoenga mansão
Tão espaçosa quão hospitaleira
Era uma das coisas bonitas
Esse muro vestido de roseira"


Faleceu em 30 de março de 1967, aos 81 anos de idade, voltado aos trabalhos domésticos e ao dom de ser poetisa, colaborando para o enriquecimento cultural de muitos daqueles que beberam das suas puras visões da vida, como exemplar de ser humano.
Disponível no acervo da Casa da Memória

Isolde Maria Waldmann

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