terça-feira, 5 de março de 2013

Biografia de David Hilgenberg Junior

David Hilgenberg Junior, nasceu em 26 de março de 1888, na localidade de Guaraúna, Município de Entre Rios (Guaragi). Faleceu em 10 de outubro de 1990 em Ponta Grossa.
Filho de: João David Hilgenberg e de Lídia Clara Sauer.
Avós paternos: Miguel Hilgenberg e Eligia Hilgenberg, ambos imigrantes russos alemães oriundos da região do Volga, chegaram a Ponta Grossa, por volta de 1876.
Avós maternos: Frederico Sauer e Ema Sauer, imigrantes russos alemães oriundos do Volga, ambos falecidos e sepultados em Jaboticabal perto de Teixeira Soares.
Irmã: Ema Hilgenberg Berger (viva).
Consorciou-se: David Hilgenberg Junior, com Laura Sauer dessa união nasceram os seguintes filhos: João Manoel, (falecido) Leonilda, Nilva e Zaclís.
Leonilda Hilgenberg, casada com Dr. Germano Justus (advogado, pecuarista e agricultor), dessa união nasceram os seguintes filhos: Ipuran, Ipujuçan; tendo os seguintes netos: Raul, Letícia, Ipuran Junior, Thiago; Ipujuçan Junior, Guilherme, Cristiano e Fernanda.
Nilva Hilgenberg, casada com Coronel Romeu Prestes Mattar (cirurgião dentista) dessa união nasceram os seguintes filhos: Umuara, Irajá, Moema e Indianara. Tendo os seguintes netos: Rodrigo, Rosana, Renata; Juliano, Gustavo e Flavia; Alessandra e Fábio; Március e Maetê.
Zaclis Hilgenberg, casada com Lucio Cristóvão F. Miranda (empresário e pecuarista) tiveram os seguintes filhos: Tércio e Ana Czinia.
Atividades: David Hilgenberg Junior, começou a trabalhar muito cedo, teve que deixar os estudos para ir ajudar seu pai nos trabalhos de casa. Foi aluno do Professor Dr. Colares, muito estudioso, inteligente e aplicado. O Professor não quis que o menino David deixasse as aulas, mas teve que fazer em benefício de seus familiares, era bom para fazer cálculos, somava subtraia, dividia e multiplicava mentalmente.
Seu pai João David Hilgenberg, foi comprador de gado e suínos, pelos sertões paranaenses, ao seu lado o menino David, andando a cavalo em lombo de burro, viajando longas horas diárias e por muitos dias, tomavam sol e chuva, passando perigos, pernoitando em lugares de pouco abrigo em paiol e ranchos na beira das estradas onde havia mangueiras para soltar os animais.
Fizeram várias viagens para São Paulo para vender gado e comprar mercadorias suprindo as necessidades comerciais de Ponta Grossa.
Casou-se, e continuou trabalhando com seu pai, além de comprador de animais, também fundou uma “Fábrica de Banha Esperança” em 1926, abatiam até 100 cabeças de porcos por dia, para o desenvolvimento da indústria contrataram muitos empregados que trabalhavam no corte de carne e na fabricação de banha. A Fábrica era conhecida pela qualidade de seus produtos, vendiam banha pelo interior do Paraná. Era sócio de seu pai, depois se associou ao seu irmão.
Em 1940, venderam a Fábrica de Banha Esperança, para dois irmãos de Chapecó S.Catarina. David Hilgenberg Junior elogiou sua equipe de trabalho, dizendo que lutou muito ao lado dos seus empregados e que ao longo de sua vida cumpriu com seu papel de patrão e de Empresário.
Além de comerciante também explorava o setor madeireiro, tinha duas serrarias uma em Ipiranga e outra no Distrito de Conchas.
Em 1941, adquiriu a “Fazenda Santa Cruz”e, também comprou as propriedades dos herdeiros do Comendador Rozeira, a de João Molinari, João Montes Sobrinho, Osvaldo de Paula Pereira, Jacintho Berlindes de Macedo Ribas, Braz Rio Branco, Diocleciano de Morais Roseira, Mario Dias Roseira, Sinésio Roseira Biscaia, D. Carmelina Branco Roseira, Delvindo Marcelino Daros, Maria Rozeira Biscaia, Cristóvão Eberaldo Agner, Alberto Klass, e João Kreginski. A área adquirida foi em torno de 1.100 alqueires composta de campos, matas, restingas e terras de planta.
Na Fazenda Santa Cruz, exerceu atividades de agropecuária, esta era administrada por um capataz que tomava conta de todos os camaradas.
Entre essas propriedades adquiridas estava à Casa Branca do Comendador Rozeira, onde em 1880, S.S. Majestade Imperador D. Pedro II, fez uma visita de cortesia ao ilustre amigo que há muito tempo não os via, e juntos tomaram chá e conversaram sobre os problemas que os russos alemães vinham enfrentando, sendo que um dos objetivos de sua viagem era ver de perto a situação dos imigrantes, que a seu convite vieram povoar a região dos Campos Gerais.
Em 1958, David Hilgenberg Junior, vendeu a Fazenda Santa Cruz, para a (ONU) Organização das Nações Unidas, onde foram instaladas as colônias dos russos brancos, que aguardavam a sua transferência de São Silvestre, município de Castro.
David Hilgenberg Junior além de Industrial, Fazendeiro e Comerciante foi também Acionista do Banco Comercial do Paraná, e membro da diretoria, quando extinto passou para o Banco Bamerindus, onde foi acionista.
Durante sua vida toda David foi um homem honesto e trabalhador merecendo tudo o que possuiu, porque fez jus a tudo o que lhes era caro principalmente a sua família.
Foi um anjo de bondade para sua esposa e filhos, adorava fazer surpresas, com presentes. Durante as festas natalinas alugava um trailer e enchia de brinquedos e depois distribuía aos amigos, enfeitava os cavalos com guizo para despertar a curiosidade das crianças, passeando pela Avenida Vicente Machado. O Natal para ele era uma festa de alegria.
Frequentava com sua família o Cine Renascença usando sempre a mesma poltrona de nº 28, onde se sentava com sua esposa e suas filhas. As meninas com seus vestidos de renda, luvinhas, sapatos com meias de renda, chapeuzinho bem engomado, tudo na moda da época.
David era um homem romântico, gostava de flores e ornamento de casa, comprava o melhor para sua esposa, pois a adorava presenteando-a com as melhores jóias. Viveram uma época de glorias, não esquecendo o passado cheio de aventuras, sobressaltos, imprevistos dessa vida de austeridade fazendo de seus familiares pessoas de bem, de grandes personalidades intelectuais principalmente na literatura, onde se destacou sua filha Leonilda Hilgenberg Justus, conhecida mundialmente com suas poesias.

Fonte: Este texto foi composto graças às informações prestadas pelo Sr. David Hilgenberg Junior, em entrevista concedida a Isolde Maria Waldmann, no ano de 1990 em sua residência na Avenida. Vicente Machado, Ponta Grossa Paraná.

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